Depois de assitir o mais recente filme de Woddy Allen, "Meia noite em Paris", a principal lição que fica para mim é: a nostalgia é utópica e destrutiva. Não quero falar do filme, mas da mensagem. O personagem principal sonha com a Paris de 1920 e, magicamente, é transportado para aquele tempo. Se apaixona, então, por uma mulher que, por sua vez, sonhava com a Paris de 1890. Meu ponto é o seguinte: Sempre tem alguém falando que tal época em tal lugar devia ser uma era de ouro. Sempre escuto sobre o quanto maravilhoso era o Rio de Janeiro na sua efervescência cultural, na década de 1950, com a Bossa Nova nascendo. Com certeza o trânsito não era caótico e a violência não era assustadora. Só que, na realidade, a situação era periclitante. As pessoas viviam menos, comiam pior, a maioria não tinha acesso à educação, não existia nem TV a cores e ao vivo. E nem venha com esse papo que isso era romântico. Bom mesmo é minha TV LED com sinal HD, e a narração do Milton Leite: "olha a batida". Sem fugir do assunto, Allen demonstra sua visão de mundo, prática e eficiente: bom mesmo é o presente, que depois, como passado, se torna uma utopia. A insatisfação é uma condição humana. Sempre queremos mais e buscamos no passado, a vida perfeita. Mas a vida perfeita é aqui e agora. A nostalgia é o esvaziamento do presente, é o desperdício do hoje, é o envelhecimento do agora.
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